Muito se discutiu e ainda se discute sobre o Materialismo Histórico. Não entrando em discussões acerca da teoria, vamos fazer uma breve análise sobre o tema de suma importância para uma sociedade em que a luta de classes parece está longe do ideário comum.
Luta de classes. Sem esse termo fica praticamente impossível qualquer compreensão sobre o Materialismo histórico. A luta de classes surge em determinado momento da história, e Marx se pergunta qual o motivo para ela ter surgido em um determinado período e não em outro. Essa inquietação levou Marx a pensar sobre o movimento industrial, seus paradigmas e a consciência do ploretariado sobre a exploração dos empregadores.
Para Marx, a consciência de classe só pode surgir nesse momento da história, mesmo havendo em outras épocas conflitos entre patrões e empregados, somente com a revolução industrial a consciência no ploretariado começa a germinar. Seu agente impulsionador é a própria consciência do operário. Somente ele, tendo consciência da diferença de modo de vida e na exploração sobre sua classe poderia tentar modificar as estruturas da sociedade e lutar para a diminuição da diferença de classes.
A força de produção no capitalismo se divide em mão de obra, e força maquinal. Essas forças de produção dão suporte para que haja, no entender de Marx, a força motriz para definição do Materialismo Histórico. No entender do sociólogo autor de O Capital, a classe de operários deveria iniciar a revolução contra essa estratificação social, mas, ao mesmo tempo, teria um papel mais importante. A sua própria extinção.
Dessa forma, a tarefa da luta de classes é, grosso modo, “acabar com ela mesma”. Somente no momento em que os proletários tiverem força o suficiente para confrontar os empresários e garantirem condições que não necessitem trabalhar como escravos do capitalismo, a missão dos operários chegaria ao fim. O término da luta de classes não seria o fim, mas um fim para as desigualdades e a nivelação das classes da sociedade.
Teses do materialismo histórico
No âmbito desse entendimento, o Materialismo histórico se edifica em teses centrais, uma delas é que a base real e indiscutível da sociedade é a vida material. A sociedade se baseia na vida material, se sustenta nela para continuar sua existência. Outro fator importante é percebermos que a história vem sendo escrita pelos vencedores, fazendo uma analogia, no Materialismo Histórico, as ideias dominantes na sociedade não são de uma mente lúcida de um proletário consciente, são as que advêm da classe dominante.
Vale lembrarmos que algo importante na teoria da luta de classes e o conceito criado por Marx para definir a exploração do ploretariado pelos empresários. A essa exploração, Marx deu o nome de Mais-valia. A Mais-valia. Mas o que viria a ser? Em termos bastante resumidos, poderíamos dizer que a mais valia consiste numa porcentagem a mais que o patrão retira de seu empregado. Isso pode ser obtido aumentando sua carga horária sem o aumento de salário. Dito isso de outra forma; supondo que um trabalhador produza dez cadeiras por dia e esse número seja o suficiente para se obter a parte que pagara o seu salário ao final do mês, o trabalho do patrão e o lucro da empresa. Se a carga horária for aumentada para que o trabalhador produza 15 cadeiras ao dia sem que haja aumento no salário, podemos dizer que estamos presenciando a Mais-valia.
Percebemos, portanto, que os conceitos desenvolvidos por Marx sobre o materialismo histórico, ainda se encontra enraizado em nossa sociedade, em forma de exploração que não para de crescer. A classe operaria se encontra nesse paradoxo de ver a história se repetir de forma diferente, mas com os mesmos efeitos.
Importância do Modo de Produção
Tal termo foi desenvolvido nos trabalhos de Marx e Engles como modo de explicação da sociedade e suas divisões de classes. Mas não somente isso, o entendimento sobre o modo de produção ajudar a entender a dinâmica da vida social através do que as pessoas mais julgam necessário na sociedade, a produção de materiais. Não como subsistência, mas como forma de enriquecimento e manipulação da liberdade de escolha.
O modo de produção muda de acordo com as épocas. Antes tínhamos a produção manufaturada, antes da revolução industrial. Na atualidade, o modo de produção de bens materiais a cada dia despreza mais o serviço humano em prol da utilização de máquinas. Essas mudanças servem para que percebamos como mudam as formas de produção ao longo das épocas nas sociedades.
E estrutura econômica do modo de produção, nos leva a refletir os paradigmas da produção de bens materiais. A grande quantidade de bens que e produzida, chega ao mínimo possível de pessoas na sociedade. A produção de bens matérias teve seu ponto culminante na época capitalista. Mesmo havendo a produção na era antiga e feudal, na era capitalista a produção de bens materiais conhece seu cume.
Tal análise nos remete a um paradoxo; o de que a burguesia não pode existir sem o proletariado. São duas classes antagônicas, em conflito. Mas que uma só existe se a outra por sua vez existir. E notório a percepção de que as forcas de produção estão classes distintas. Ou seja, o operário empresta sua forca e disposição para ganho do burguês que por sua vez compra essa disposição e nela explora ao máximo seus interesses.